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Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade


Trata-se de um distúrbio neurobiológico, diagnosticado antes dos 7 anos, podendo estender-se por toda à vida de uma pessoa. Por ser de natureza crônica, o transtorno compromete o funcionamento do ser como um todo, evidenciando-se alterações significativas na hiperatividade, impulsividade e desatenção. 

A origem do transtorno ainda não é plenamente conhecida. Porém, estudos recentes utilizando-se da técnica de neuro imagem revelaram uma atividade cerebral diminuída no córtex pré-frontal, especialmente no lado direito do cérebro e de igual forma nas regiões mais profundas ligadas ao lobo frontal. Outras possíveis causas são: uso abusivo do álcool ou do fumo pela mãe durante a gravidez e ainda quando a criança tem um baixo peso ao nascer.

Hiperatividade: Trata-se de um aumento da atividade motora e pode manifestar-se por inquietação ou remexer-se na cadeira. Quando criança ou adolescente, os professores descrevem que ela não permanece sentada na carteira, mexe com um ou com outro sem controle e fala muito. Quando forçada a ficar sentada, passa o tempo todo batendo os pés, mexe com as mãos ou acaba adormecendo. Dificilmente interessa-se por brincadeiras em que tenha de ficar quieto. Sua maior diversão é de estar sempre correndo, subindo e descendo obstáculos inimagináveis e perigosos. Por vezes, sentar-se para comer é um verdadeiro desafio. Assistir a um programa de TV, ler um livro ou revista, são coisas impraticáveis para esta criança. No adolescente ou adulto as evidencias subjetivas são, sensação de inquietação, ou estão sempre ocupados com alguma coisa, quase não conseguem parar. Descansar para essas pessoas, é uma palavra que não existe no seu vocabulário. Varias atividades são iniciadas, sem contudo, serem concluídas.

Impulsividade: é uma deficiência no controle dos impulsos, ou seja, a pessoa responde automaticamente, sem reflexão, aos estímulos. Por exemplo: ao ver alguma coisa apetitosa, quer de imediato possuí-lo. Se alguém a incomoda ou à agride, a resposta imediata é o revide. Em geral as reações impulsivas, surgem de supetão, sem pensar e quase sempre acontece antes de o interlocutor terminar de elaborar a pergunta. A característica predominante da impulsividade é a impaciência, tem dificuldade para esperar a sua vez. Com frequência se intrometem nas conversas alheias e nunca obedecem filas. Quando adultos, na direção de um carro, estes se constituem um verdadeiro perigo. No transito, são impacientes, ultrapassam perigosamente, avançam sinais e querem sempre chegar rápido. Outras evidências aparecem no comer compulsivo, no comprar por impulso, nas decisões precipitadas ou nos relacionamentos conturbados. Tanto nas crianças, quanto nos adultos, as reações impulsivas aparecem de forma explosiva e espontânea dizem o que lhes vêm à mente. Embora, pouco depois se arrependem e tratam a outra pessoa como se nada tivesse acontecido, não guardando raiva ou ressentimento.

Desatenção: existe uma na falha na atenção e pode aparecer de diversas formas. Por não conseguir concentrar-se por muito tempo em um único assunto, acaba esquecendo rapidamente o que começou a fazer. Por exemplo: ao iniciar a leitura de um livro ou um artigo qualquer, na metade da página não consegue lembrar-se do que acabou de ler. Até mesmo numa conversa, são incapaz de continuar por longo tempo e esgotar um assunto. Enquanto estudante, cometem erros tolos, em matérias que seguramente eles dominam, mas que na hora da prova ficam extremamente desatentos. Em outras situações estas pessoas reagem indiscriminadamente a qualquer estímulo. Sua mente parece não filtrar adequadamente, assuntos prioritários ou relevantes. Por exemplo: quando numa sala de aula, basta passar alguém no corredor ou presenciar um ruído externo ou interno, para que fique perdido em relação ao que o professor está falando. Quando alguém lhe passa um recado, esquece-o de imediato. Mas se perguntar-lhe sobre o recado, lembra-se rapidamente. Isso indica que a memória da pessoa está preservada, mas por desatenção, não consegue lembrar-se no momento em que a situação exige. Isto também ocorre nas situações do dia-a-dia. Outro exemplo: quando se desloca de uma parte da casa para outra, afim de pegar algo, ao chegar lá não consegue lembrar-se do que foi procurar. Igual acontece, quando está pensando em dizer alguma coisa e logo a seguir não tem a menor ideia do que iria dizer.

A pessoa com TDAH costuma ser desorganizada. Com frequência perde, ou não sabe onde colocou, objetos como: canetas, óculos, livros, chaves, telefone celular e outros. Bem depois, estes objetos são encontrados em locais impensáveis, em razão de sua distrabilidade.

Alguns casos de TDAH são diagnosticados com a ausência de hiperatividade, ou seja, todas as situações de desatenção exposta acima, farão parte do quando clínico. E mais, ... a criança se mostrará quieta, calada, introvertida, por vezes tímida e até obediente, mas vive desatenta, não se concentra em quase nada do que está fazendo ou do que deveria fazer. As pessoas a descrevem como se estivesse no mundo da lua. Estas pessoas com TDAH com predominância da desatenção, são vistas por professores ou pais, como preguiçosos, tímidos ou sem talentos para os estudos.

O TDAH pode ser tratado considerando-se os seguintes aspectos: conhecimento do transtorno, medicação adequada e acompanhamento psicológico. Paciente, familiares e professores precisam envolver-se no processo do tratamento. Os medicamentos mais usados e que produzem os melhores resultados são: estimulantes (Ritalina, metilfenidato); antidepressivos(Pamelor, Tryptanol, Tofranil, Anafranil, Bupropion) anti-hipertensivos( Clonidina - atensina). Convém ressaltar que toda medicação, em geral apresenta efeitos adversos e portanto, deve ser administrada pelo médico de sua confiança.

Com o acompanhamento psicológico, o paciente aprenderá a conhecer melhor o TDAH. Reconhecerá como aprendeu a pensar inadequadamente, a partir da sua experiência com o transtorno e sua vivência no círculo familiar e escolar. Aprenderá estratégias práticas que o habilitarão a lidar com o TDAH e assumir eficazmente seus compromissos.

BIBLIOGRAFIA:
DSM - IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 4 Edição - ARTMED - 1994
Jorge Samaritano Fortes da Silva
Psicólogo Clínico: CRP 07/12934
postado por Jorge Samaritano @ 07:34   0 Comentários

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