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Como estabelecer uma relação de ajuda



Comportamentos desejáveis para se criar uma relação de ajuda.

Questione-se:

Poderei ser de uma maneira que possa ser apreendida pela outra pessoa como merecedora de confiança, como segura ou consistente no sentido mais profundo do termo?
Não somente em termos de pontualidade, honestidade e guardar confidencias, mas ser capaz de expressar conscientemente pensamentos, sentimentos e a emoção que se está vivendo naquele momento?



Poderei ser suficientemente expressivo enquanto pessoa para que o que sou possa ser comunicado sem ambiguidades? Se estiver vivenciando uma atitude de irritação, ou um outro desconforto, serás capaz de expressar conscientemente isso para a outra pessoa? É capaz de ouvir o que se passa dentro de si e discernir corretamente seus sentimentos?


Serei capaz de vivenciar atitudes positivas para com o outro – atitudes de calor, de atenção, de afeição, de interesse e de respeito? Tem receio de expressar esses sentimentos na sua relação com o outro? Está propenso a estabelecer uma relação de distanciamento, de reserva ou profissionalismo?


Poderei ser suficientemente forte como pessoa para ser independente do outro? Serei capaz de respeitar corajosamente meus próprios sentimentos, minhas próprias necessidades, assim como as da outra pessoa? Poderei possuir e, se for necessário, exprimir os meus próprios sentimentos como alguma coisa que propriamente me pertence e que é independente dos sentimentos do outro? Serei bastante forte na minha independência para não ficar deprimido com sua depressão, assustado com o seu medo ou envolvido por sua dependência? O meu eu interior será suficientemente forte para sentir que eu não sou destruído por sua cólera, nem absorvido por sua necessidade de dependência, nem escravizado por seu amor, mas existo independente dele com sentimentos e com direitos que me são próprios?


Estarei suficientemente seguro no interior de mim mesmo para permitir ao outro ser independente? Serei capaz de lhe permitir ser o que é – sincero ou hipócrita, infantil ou adulto, desesperado ou presunçoso? Poderei dar-lhe a liberdade de ser? Ou sinto que ele deveria seguir os meus conselhos, ou permanecer um pouco dependente de mim, ou ainda tornar-me como modelo?


Poderei permitir-me entrar completamente no mundo dos sentimentos do outro e de suas concepções pessoais e vê-los como ele os vê? Poderei entrar no seu universo interior tão plenamente que perca todo desejo de avalia-lo ou julgá-lo? Poderei entrar com suficiente delicadeza para me movimentar livremente, sem esmagar significações que lhe são preciosas? Poderei compreender esse universo tão precisamente que apreenda, não apenas as significações das sua experiência que são evidentes para ele, mas também as que são só implícitas e que ele não vê senão obscura e confusamente? Poderei ampliar ilimitadamente essa compreensão?


Posso aceitar todas a facetas que a outra pessoa me apresenta? Poderei aceitá-la como ela é? Poderei comunicar-lhe esta atitude? Ou poderei apenas acolhê-la condicionalmente, aceitando alguns aspectos de sua maneira de sentir e desaprovando outros, silenciosa ou abertamente? Tens medo ou sente-se ameaçado por algum aspecto dos sentimentos do outro?


Serei capaz de agir com suficiente sensibilidade na relação para que o meu comportamento não seja percebido como uma ameaça? Tens por hábito usar palavras fortes e ou ameaçadoras? Poderei libertá-lo do medo de ser julgado pelos outros? Na maior parte das fases de nossa vida – em casa, na escola ou no trabalho – achamo-nos dependentes das recompensas e dos castigos que são os juízos dos outros. "Está bem", "Isso é mau", "Isso vale dez", "Isso vale zero", "Isso é uma boa psicoterapia", "Trata-se de uma má psicoterapia". Tais juízos fazem parte da nossa vida, desde a infância até a velhice. Pense: Uma apreciação positiva é, no fundo, tão ameaçadora como um juízo negativo, uma vez que dizer a alguém que fez bem implica que também se tem o direito de dizer que procedeu mal.


Serei capaz de ver esse outro indivíduo como uma pessoa em processo tornar-se ela mesma, ou estarei prisioneiro do meu passado e do seu passado? No seu encontro com o outro, trata-o como se fosse uma criança imatura, uma aluno ignorante, como uma personalidade neurótica ou psicopata?


BIBLIOGRAFIA:

Carl. R. Rogers - Tornar-se Pessoa – Martins Fontes, 1997 - SP
postado por Jorge Samaritano @ 07:45   0 Comentário

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